No dia 25 de outubro, tomará posse o novo diretor da Biblioteca Central. Um antigo conhecido que à casa torna. E, neste caso, com experiências adquiridas na área visando melhorias.
O novo encarregado é o professor Emir José Suaiden, funcionário da UnB, que retorna de uma experiência junto ao Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia – IBICT.
Trabalhando antes mesmo de tomar posse, o professor nos recebeu para contar as propostas e mudanças que pretende implantar. Na conversa, destacou que pretende ampliar ainda mais o contato com o IBICT e implementar ideias que deram certo no órgão. A principal: melhorar o sistema digital da BCE, tanto na parte de repositórios quanto na parte de acesso digital.
Emir também confessou que pretende aumentar os laços com a Faculdade de Ciência da Informação. “Na faculdade é feita a teoria e a biblioteca realiza a prática. Professores e alunos têm muito o que contribuir para a melhoria da biblioteca”, explicou.
Visando aumentar a visibilidade da UnB e o ranking entre as melhores universidades do mundo, Emir ainda coloca como meta melhorar a infraestrutura e as publicações do que é pesquisado. “Ficou claro que uma universidade só consegue ter uma produção científica mais relevante quando tem um alicerce forte no serviço da informação”, disse.
Confira a entrevista completa abaixo:
– O quanto a experiência que o senhor teve no IBICT ajudará?
No IBICT, transferimos conteúdos para os repositórios digitais. Além disso, criamos a biblioteca brasileira de teses e dissertações. Hoje, temos mais de 250 mil teses. Para ajudar o processos, trouxemos, há uns 3 anos, um software canadense para gerenciar e ajudar na criação das revistas eletrônicas. A ideia é ajudar a expandir as revistas aqui na UnB e melhorar a parte digital.
Muitas revistas impressas não estão conseguindo se sustentar financeiramente. A eletrônica pode ter maior divulgação e com menor custo. Estamos fazendo portais de livre acesso para que usuários de bibliotecas universitárias tenham acesso a tudo isso.
– Especificamente para a Biblioteca Central, quais são os projetos?
Primeiramente, melhorar o repositório digital. Pretendo intensificar os trabalhos relacionados à memória da UnB. A partir de agora, todas as conferências, teses, publicações realizadas por pesquisadores e professores serão de fácil recuperação. Outra coisa são os portais de livre acesso. Nós transferimos para o digital para que o pesquisador possa ter acesso a essas informações. Os periódicos também vão ficar disponíveis. São essas as propostas mais interessantes e específicas de uma biblioteca universitária.
– A biblioteca universitária está preparada para atender a demanda dos estudantes ou precisa de melhorias?
No ano passado, o IBICT fez um evento lá na USP junto com as grandes instituições que fazem o ranking das universidades do mundo. No local, ficou claro que uma universidade só consegue ter uma produção científica mais relevante quando tem um alicerce forte no serviço da informação. Hoje, a USP é a melhor universidade ibero-americana porque a infraestrutura informacional é muito forte, tanto a eletrônica como a impressa. O sistema de biblioteca de lá tem 1300 funcionários, 300 bibliotecários e o funcionário consegue agregar valor. Tem uma eficiência grande nos repositórios e no acompanhamento do conhecimento em outros países e isso se traduz em revistas eletrônicas importantes. Se a universidade quer melhorar no ranking, precisa melhorar sua infraestrutura organizacional e é isso que queremos.
– O objetivo é priorizar a divulgação das pesquisas realizadas na universidade?
Hoje não basta publicar. Tem que ser em uma publicação relevante. Para isso, é preciso ter uma competência informacional grande para buscar em artigos relevantes de outros países. Esse é o passo. Tem que ter infraestrutura antes de pesquisar e a biblioteca deve tentar fornecer isso.
– Como será a relação da BCE com a FCI?
Eu acho fundamental a parceria entre os dois. A biblioteca tem que ser um laboratório da faculdade. Muitas pesquisas e teses têm que ser baseadas nos problemas da biblioteca. Muitas metodologias podem ser aprimoradas aqui. Eu acho que os professores e alunos tem bastante com o que contribuir para o desenvolvimento da biblioteca. Então, é um pouco lá, (FCI) a teoria e aqui, (BCE) a prática. Então precisamos formar um produto social juntando a teoria e a prática.
– A biblioteca pretende expandir o acervo?
Hoje, basicamente, temos um acervo referencial muito bom com condições de atender pedidos, principalmente, das bibliografias básicas e estamos expandindo a parte tecnológica.